Proibido falar!

Como ninguém é de ferro (exceto na marvel), existem dias em que você acorda com a síndrome do Doutor House.

O que é isso?

COMPLETO PAVOR DE QUALQUER TIPO DE CONTATO HUMANO, PRINCIPALMENTE AQUELES QUE SE TRANSFORMAM EM UMA CONVERSA.

Mas porquê?

Segundo Dr. House: - Everybody Lies (todo mundo mente)!

Em nosso adorado coletivo sabemos que é impossível evitar algum tipo de contato humano, mas podemos sim usar alguns truques.

LEIA ABAIXO!

Sentada no lado da janela, o mais concorrido ( se na sombra lógico), porém ainda existe aquele indivíduo que senta no lado do sol e fecha a janela dizendo: 

- Esse sol tá muito quente, horrível!

Como eu não aguento esse tipo de comentário, eu acabo respondendo: 

- É verdade, ainda bem que as empresas de ônibus protegem seus passageiros colocando fumê com proteção uva/uvb fator 50 nas janelas.Ainda bem!

Continuando, quando senta uma senhora ao meu lado, noto logo os primeiros sinais de que ela deseja uma conversa (procura o meu olhar, para que cruze com o dela, provocando assim algum tipo de abertura de porta para a conversa; olha para os lados, procurando olhares também e finalmente uma das seguintes frases padrões para o início de um conversa dentro de um ônibus, sobre os temas:

• reclamar do tempo (seja quente ou frio)
• falar mal do motorista (se andando devagar ou se atrasado e correndo)

Existem outros lógico, porém esses são os mais usados para o start de uma conversa, se evitando contatos, recomendo:

NUNCA RESPONDA A NENHUM DESSES COMENTÁRIOS!!!

NÃO SORRIA!

NÃO BALANCE A CABEÇA!

MUITO MENOS OLHE NA DIREÇÃO DESTA PESSOA!

Se não fizer o que disse acima, saibas que terás dado um início para uma longa e profunda conversa e o pior delas é que você só vai poder escutar.

As informações que obtive e que relatarei abaixo aconteceu comigo:

(SIQUEIRA-13 DE MAIO)

Descubri que a Sra. Edna é mãe de 5 filhos e que todos os dias acorda ás 03 da madrugada para organizar suas coisas e ir trabalhar em uma casa de família no bairro do papicu.

É secretária do lar desta casa há cinco anos e já está procurando outro emprego, pois estão pagando muito mal e o pior é que a carteira dela nunca foi assinada (neste momento da conversa, tentei explicar sobre os direitos que o ministério do trabalho assiste...sem chance de ser ouvida) e pra não deixar de falar mal dos seus patrões ela explicou que nesta família, a mãe é advogada, o pai procurador de justiça e o filho de 26 anos (um vagabundo, segundo a mesma) todo ano é matriculado em um cursinho afim de obter vaga na UFC e nunca passa.

Dos seus cinco filhos, três rapazes são menores de idade e já estão no mundo da "roubalheira", as outras duas de 15 e 17 anos respectivamente, já lhe deram dois netos e a mais nova espera mais um filho.

Rapariga, isso que ela é! (Foi o que dona Edna disse sobre a filha mais nova, tentando não rir do que falava).

Esta filha nunca estudou, pulava o muro da escola, para ir beber cachaça na pracinha perto da escola.

Neste momento, a senhora Edna graciosamente me cutucou a ponto de deixar marca de um dedo no meu braço esquerdo, perguntando se tinha como piorar e eu no meu momento "zen" não consegui responder, ou talvez ela não tenha dado tempo para eu responder, nem lembro, só sei que abestalhada e calada fiquei.

Ela afirmou que sua filha disse que quando o "bacurim" nascer, vai deixar ele com a avó e vai mudar para o Icaraí com umas amigas.

Neste momento, como que uma ação divina, minha parada estava perto(faltavam ainda 13 quarteirões, levantei-me e informei-a que já iria descer), mas na verdade eu não tinha desejo algum de saber onde essa conversa ia parar.

Pois não é que a dita cuja teve ainda a coragem de me perguntar se todo os dias eu pegava aquela linha, o jeito foi responder:

- Peguei o ônibus errado!

Tudo isso aconteceu devido a minha resposta sobre o comentário: - É verdade!